Os efeitos da derrota do São Raimundo para o Cametá ecoaram na toca do Pantera. O visível racha na diretoria foi confirmado no final da tarde de domingo 29, quando quatro diretores do clube (André Cavalcante, Alberto Tolentino, Júnior Tapajós e Jardel Guimarães) entregaram os respectivos cargos ao presidente Rosinaldo do Vale. Nesta segunda-feira, pela manhã, o ex-diretor de futebol, Alberto Tolentino, deu declarações a um programa de rádio e expôs a situação do clube, fazendo, inclusive, acusações contra Sandicley Monte.
A crise interna do São Raimundo ficou exposta, quando os jogadores fizeram uma greve, contra o atraso de dois meses no pagamento dos salários. No entanto, a vitória contra a Tuna Luso amenizou o clima. Na semana que antecedeu a partida decisiva contra o Cametá, o técnico Charles Guerreiro chegou a colocar o cargo à disposição, mas logo depois recuou.
A evidente apatia dos jogadores diante do Cametá foi a gota de água para que a crise se instalasse de vez. Após a partida, Rosinaldo do Vale deu declarações à imprensa afirmando que a culpa pela desclassificação devia-se a membros da diretoria.
O médico Alberto Tolentino falou em um programa de rádio dizendo que o grande responsável pela situação do Pantera é Sandicley Monte, que exercia cargo de gerente e representava o clube em Belém. Segundo ele, Sandicley foi o responsável por incitar os atletas. Tolentino revelou que Monte teve participação direta na contratação de grande parte dos atletas, tendo inclusive "vantagens financeiras com a vinda de alguns jogadores em parceria com um empresário".
O ex-diretor do São Raimundo afirmou que Sandicley e Rosinaldo do Vale boicotavam as ações do clube para atrair sócios e outros investimentos. Segundo ele, os números em relação à renda dos jogos e o dinheiro dos patrocinadores eram sempre menores. Ele citou, por exemplo, que a folha salarial do São Raimundo era sempre reduzida pela metade.
(Portal Janela Amazônica)